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A campanha do Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano se concentra na restauração da terra, na desertificação e na resiliência à seca sob o slogan "Nossa terra. Nosso futuro. Nós somos a #GeraçãoRestauração".
Esse ano, a Arábia Saudita país esse que vem enfrentando um intenso processo de desertificação, será sede do evento. O tema desse ano retrata a grave crise climática que, se por um lado já vem resultando em secas e calores extremos em alguns lugares do mundo, por outro, alguns países também sofrem com frio intenso e enchentes. Os ecossistemas, depois de anos de exploração intensiva e mal uso dos recursos naturais estão próximos da exaustão, colocando em risco milhares de vidas da fauna e flora que já se encontram em eminente risco de extinção. O perigo se estende às reservas de água potável e, aos oceanos, que estão severamente comprometidos pela poluição, principalmente, do resíduo plástico.
A manutenção da biodiversidade significa resgatar as mais diferentes formas de vida, inclusive a nossa. Propor a restauração do planeta na verdade é falar da restauração da biodiversidade. A biodiversidade que se traduz é a como a grande teia da vida na qual todos os seres estão interligados. Como destaca a WWF (sigla em inglês para Fundo Mundial da Natureza), o comprometimento da biodiversidade significará menos alimentos, mais pragas e doenças no futuro bem próximo, além da escassez de água potável.
Quando falamos de sustentabilidade, pensar em todos esses impactos negativos na natureza também significa falar de perdas econômicas e sociais. Assim, podemos entender que está em jogo, também, a perda da metade do PIB mundial devido a essas questões ambientais, bem como 3,2 bilhões de pessoas afetadas de alguma forma, correspondendo a quase 40% da população mundial, sendo que, sem dúvida, os mais pobres serão os mais prejudicados.
A União Mundial para a Natureza (IUCN, sigla em inglês), estima que a natureza nos oferece em serviços ecossistêmicos, ou seja, benefícios dados pela natureza (água, formação e proteção do solo, despoluição natural do ar, entre outros) cerca de 33 trilhões de dólares por ano (para termos uma melhor noção, essa quantia é superior ao PIB dos Estados Unidos de 2022 que foi de cerca de US$ 25 trilhões). Esse número poderia ser ainda maior porque cada dólar investido em restauração pode significar 30 dólares de retorno em serviços ecossistêmicos que pode ser traduzido também em redução da pobreza e mitigação das catástrofes climáticas que oneram governos e desequilibra toda a sociedade.
Contudo, estudos da década de 1990 já se apontava a perda da capacidade de provimento de serviços ecossistêmicos de quase metade das áreas terrestres do planeta, representando uma redução de aproximadamente 20% de benefícios provindos dos ambientes naturais, dos campos agrícolas, das pastagens e plantações florestais (Daily 1995 apud Perrioto & Martensen, 2019). O que podemos dizer é que a perda desses serviços foi crescente e muito pouco foi restaurado, pelo contrário, já alcançamos a marca de explorar 25% a mais da capacidade que o planeta tem de se regenerar a cada ano.
O Brasil assumiu o compromisso internacional de restaurar 12 milhões de hectares até 2030, o que equivale a quase três vezes o tamanho de todo o estado do Rio de Janeiro, entretanto, em 2023 foi verificado que conseguimos avançar pouco menos de 150 mil hectares.
Restaurar ainda é possível? Sim, mais do que possível é necessidade obrigatória. Apesar dos países já terem se comprometido a restaurar 30% dos ecossistemas do Planeta até 2030, se conseguirmos restaurar 15% da biodiversidade podemos reverter até 60% das espécies ameaçadas.
Afinal, somos a geração da restauração.
Fonte: sescrio.org.br; G1